terça-feira, 31 de março de 2009

Grand Torino, recomendo vivamente!

Claro, não é filme para esquerdóides, nem para politicamente correctinhos, nem para miudagem mal-educada (para estes últimos até será, pois pode ser que aprendam alguma coisa). Enfim, é daqueles filmes que nos permitem encher os pulmões de ar, com um ar de esperança, de esperança num mundo melhor. Afinal, continua a haver quem como "nós" pense. Nem tudo está perdido, ainda. Obrigado e parabéns Clint Eastwood.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Tristemente maravilhosa poesia, que sendo de outro, só me faz pensar neste Tempo!

Data

Tempo de solidão e de incerteza

Tempo de medo e tempo de traição
Tempo de injustiça e de vileza
Tempo de negação

Tempo de covardia e tempo de ira
Tempo de mascarada e de mentira
Tempo de escravidão

Tempo dos coniventes sem cadastro
Tempo de silêncio e de mordaça
Tempo onde o sangue não tem rasto
Tempo da ameaça


Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, 28 de março de 2009

Portugal não pode valer zero!

Para quando uma Direita Unida em Portugal!?

Problema quase resolvido!

Aqueles que ajudaram a correr com Scolari pelas bandeiras portuguesas que eram obrigados a ver às janelas durante os campeonatos de futebol entre selecções podem ficar descansados. Esse fenómeno não deve voltar a acontecer tão depressa. Para além das bandeiras, o que os de sempre não perdoaram a Scolari foi também a sua verticalidade como homem na defesa de valores em Portugal proíbidos, sobretudo, para quem lida de perto com as massas. Fé, Pátria, Família.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Humilde homenagem a um daqueles homens... que já vai havendo poucos! Quem alguma vez o ouviu sabe do que falo!

Alfredo Farinha, reputado jornalista português, faleceu esta sexta-feira aos 83 anos. Nascido em Proença-a-Nova a 19 de julho de 1925, fez carreira fundamentalmente em "A Bola", depois de três anos no "Mundo Desportivo". Já depois de reformado não deixou ninguém indiferente com a passagem pelo programa da SIC "Os Donos da Bola", onde foi comentador em 1998. Foi dirigente desportivo - No Estoril ocupou diversos cargos - e escreveu livros sobre futebol - "O Apagão" foi publicado em julho de 2002. O Estado português atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Desportivo e o grau de Comendador. Recebeu ainda, com "muito orgulho", em outubro de 2008 o prémio Prestígio Fernando Soromenho, atribuído pelo CNID (Clube Nacional de Imprensa Desportiva), do qual foi fundador.
Nota: Informação retirada dos jonais "A Bola" e "Record".

Mas tomar-nos-ão assim por tão pouco inteligentes!!??

Telejornais de hoje (e de ontem?) abrem as notícias com o mais recente relatório sobre o aumento da criminalidade em Portugal. Claro, incrível o descontrolo. Mas não é que conseguem, no meio da notícia, meter os skinheads (e, o pormenor, os hammerskins!?) ao barulho! Ficamos a saber que não só o aumento da criminalidade em geral, e da violenta em particular, não tem nada a ver com o fenómeno da imigração desregada, como ficamos a saber que os culpados são os skinheads e a extrema direita. Entretanto, o Estado de(ste) sítio em que estamos, fantástico na sua competência e pro-actividade, sempre atento no que respeita à nossa protecção, já capturou a grave ameaça para a nação que é o líder desses tais skins, o Mário Machado. Este MM ficou em prisão preventiva... e o tal brasileiro que matou a mulher à facada, à frente da filha de 10 anos, foi mandado para casa pelo juíz!? Mas estamos todos doidos!? Já agora, a informação que o MM tinha sobre o PM e o Freeport sempre é relevante ou não? Nã, não deve ser relevante!

Gangs!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Pequenino mas com muito tino!

Picada daqui.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Exercício de memória (de interesse e gozo pessoal, não percam tempo a ler) - 7.ª (e última) Parte

Esta 7.ª Parte, para já, limita-se à indicação dos últimos destinos em que estive e um ou outro detalhe mais que se justifique. Porquê? Porque, repito, para já, é o que me apetece (desculpem se soa rude). E também porque estas viagens que agora indico, por serem mais recentes, têm menos probabilidade de ficar esquecidas, uma das motivações desta série de posts, conforme enunciei no Exercício de memória (de interesse e gozo pessoal, não percam tempo a ler) - 1.ª Parte.
Viagem ao Brasil (Rio e Búzios) com a Xana - Janeiro de 1997. Encontrámo-nos no Rio de Janeiro com o meu irmão Frederico e um amigo, o Fernando. Estavam lá os dois igualmente de férias. Demos, os quatro, um agradável passeio até Petrópolis e Teresópolis. Lembro-me também de irmos os quatro a uma fantástica praia a sul do Rio (Prainha?). Com eles fomos também aos inevitáveis Corcovado e Pão de Acúcar. Tão inevitáveis quanto belos, especialmente pela vista que proporcionam. De entre os muitos momentos que vivemos nesta viagem, relembro-me em particular, agora, destes. Desta forma relembro esse meu irmão, o Frederico, que, infelizmente, já não está connosco.
Curso em Inglaterra - Fevereiro de 1997. Três dias em New Park Manor. Presentation Skills, no âmbito da Saatchi & Saatchi.
Reuniões de trabalho em Londres - Outubro de 1997. Fui com a Xana. Excelente hotel.
Viagem aos Estados Unidos (Nova York e Miami) com a Xana - Setembro de 2001. O contexto surreal desta viagem obriga-me a que a situe no tempo e que refira mais um ou outro detalhe. A viagem foi combinada e marcada em Agosto desse ano, 2001, e enquadrava-se numa visita que eu e a Xana ia-mos fazer ao Sérgio, "meio-irmão" da Xana, a viver em Nova York, e ao David, amigo de longa data, a viver em Miami. Eis senão quando, a 11 de Setembro, não é que o Bin Laden se lembra de atirar dois aviões de (e com) passageiros contra as Twin Towers!? Incrível! E nós com os bilhetes já comprados! Partida marcada para 18 de Setembro. Vamos, não vamos!? Quando me foi dito que perdia o dinheiro dos bilhetes, decidi, vamos! Sou mesmo forreta. Neste caso, ainda bem. A viagem foi de uma emoção fabulosa. Desde a descolagem da Portela até à...aterragem novamente na Portela. Passando por Nova York, evidentemente e sobretudo, mas também por Miami, pelas Keys, pela Disneylândia... E os vôos, em que à ida iamos com um muçulmano sentado ao lado, permanentemente a ler o Corão!? Pensámos que a qualquer momento fosse rebentar com o avião. Pensámos nós e pensavam os outros. Todos procuravam bombas por todo o lado. Tudo era suspeito. Agora dá-me vontade de rir. Claro, a Xana teve que ir "arrastada"! E ia grávida (do Alexandre), só soubemos depois, já em Lisboa! É, qualquer dia venho cá contar esta com mais detalhe.
Viagens a Madrid em trabalho - 2002/2003. No âmbito da IATA.
Ida ao Mundial de Futebol na Alemanha - Julho de 2006. Com o Ricardo, de carro até Gelzenkirchen, onde vimos Portugal a eliminar a Inglaterra nos 1/4 de final, nos penáltis. Depois, o Ricardo voltou para Portugal e eu segui de comboio para Munique com o objectivo de ver o Portugal x França, meias-finais, no novíssimo Allianz Arena. Perdemos 0 x 1.
Estadia em Angola (por motivos de trabalho) - 2008. Riquíssima experiência. Não há dúvida, qualquer dia volto cá.

terça-feira, 24 de março de 2009

Vaidade mas não só!

Neste suplemento do jornal Público deram eco a este humilde blogue na coluna "Blogues em papel". O post que consideraram oportuno publicar, que não integralmente, tem o título Não se indigna agora Dr. Mário Soares?, e foi escrito a propósito do anúncio da Antena 1 (que por sinal já foi mandado retirar como é do conhecimento geral). O que o Público aproveitou foi o seguinte:

E agora, não se indignam?
http://esplanadaaosol.blogspot.com
Dr. Mário Soares e correlegionários, então não se indignam agora!!!??? O Povo é que tem que se indignar e correr com esta escumalha.

Ainda que confesse alguma vaidade pelos quinze minutos de fama, também não é menos verdade que onde quero chegar é ao seguinte. Os senhores deste jornal, cujo teor é, normalmente, de propaganda esquerdista encapotada, terão gostado da referência ao "Povo" que faço no post. Depois, terão pensado que este tipo de mensagem ajudará os visados, Mário Soares e pandilha, a puxar o (des)governo para a Esquerda. E, vai daí, toca a publicar. Aos menos atentos digo, o "Povo" a que me refiro, não é "Povo" que simpatize com o jornal em questão. E, muito provavelmente, juntamente com a escumalha que é preciso correr, seguiriam muitos dos que nele escrevem.

A emissão continua apesar da total ausência de sinal!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Haverá!?

Não se cansando Deus de nos transmitir a Sua Palavra, porque não temos capacidade de a ouvir, de a seguir, de a praticar? Mais, porque há tanta gente que contra Ela luta? Haverá, afinal, diabo?

domingo, 22 de março de 2009

A tangibilidade do Espírito Santo

Há, sem dúvida, Esperança. Viva o Papa! Viva o Papa Bento XVI!

De assinalar!

O discernimento da TVI24 por nos dar a oportunidade de assistir em directo ao o encontro entre o Papa Bento XVI e os membros das organizações femininas da Igreja Católica de Angola que está a decorrer na Igreja de St.º António em Luanda.

sábado, 21 de março de 2009

É nossa!

sexta-feira, 20 de março de 2009

O antes e o depois!

Salazar disse um dia "para Angola, rapidamente e em força". Sabemos os motivos. Hoje, no Portugal construido por aqueles que esses motivos mais criticavam, vivem os portugueses um novo sentimento também traduzido por um "para Angola, rapidamente e em força". De autoria do Nova Frente.

Josef Fritzl e as diferenças entre Direita e Esquerda.

Refiro-me, claro, à Direita dos Valores e à Esquerda cujos bem intencionados acreditam ter também Valores. Que pena daria esta última ao sr. Josef Fritzl (apelidado de monstro austríaco pela sempre criativa comunicação social) na sequência dos crimes que este cometeu? Certamente que não a pena que o tribunal austríaco lhe atribuiu, ou seja uma pena de prisão perpétua. Dar-lhe-iam meia dúzia de anos de prisão durante os quais seria acompanhado por uma extensa equipa de psicólogos. Sendo que cumprida metade da pena sairia por bom comportamento. Poderia então recomeçar a sua actividade. No Portugal de hoje não chegava sequer a entrar na prisão uma vez que a duração do julgamento ultrapassaria o tempo da pena. Possivelmente ainda pediria uma indemnização ao Estado português por perdas e danos. Das vítimas, tal como este texto, teriam todos muita pena!

O monstro austríaco e os monstros portugueses!

O julgamento do primeiro foi célere (meia dúzia de dias) e chegou ao veredicto que nem o próprio questionou, prisão perpétua. O julgamento dos equivalentes portugueses dura há cinco, seis anos (!?) e estamos para ver a que veredicto chegará. Refiro-me à Casa Pia, claro! Por cá, este (o da Casa Pia) e outros julgamentos em curso, de monstros de outra estirpe, pela duração e conclusão previstas denotam, das duas uma, ou os advogados portugueses são mesmo muito bons ou o sistema judicial português é mesmo uma grande M _ _ _ _ (com maiúscula e tudo). E temos que aturar (e pagar) isto!?

Não se indigna agora Dr. Mário Soares!?

Quando vi este anúncio da Antena 1 na TV, nem quis acreditar. Tive que esperar nova exibição do mesmo para ter a certeza de que tinha percebido bem. Numa suposta conversa entre um cidadão comum, parado numa qualquer fila de trânsito, e uma jornalista da Antena 1, é dito pela jornalista ao tal cidadão que as manifestações, não interessa quais, nem os seus fundamentos, nada, são contra ele, contra o tal cidadão comum. Dr. Mário Soares e correlegionários, então não se indignam agora!!!??? O Povo é que tem que se indignar e correr com esta escumalha. Sem esquecer dos que antes se indignavam que ao não fazerem nada agora só demonstram que o seu país, os seus interesses, aquilo porque lutam, na verdade, não é Portugal nem são os portugueses. É sim o punho fechado, ou a rosa, em última análise o Partido que militam e que lhes dá de comer, a sí e ao seu grupinho miserável. Escremento que em má hora este país produziu.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Viva o Papa!

Enoja-me a forma como as pessoas sem fé se pronunciam sobre a Doutrina Católica. Não perceberão que o que está em causa é uma questão maior!? O Papa não pertence a uma qualquer ONG cujas responsabilidades e atribuições são de curto alcance. A dimensão das posições da Igreja têm necessariamente que ter outra dimensão, como têm. Têm uma dimensão de Fé. Aos "racionalistas" (sobre este tema, mal intencionados ou pouco inteligentes), pergunto: quem terá maior probabilidade de apanhar SIDA, os que têm sucessivamente e sem limite relações de risco (mesmo que utilizando preservativo sempre que lhes seja possível), ou os que têm relações apenas com o seu parceiro sexual habitual (marido, mulher, namorado ou namorada de mais ou menos longa duração), sabendo estes últimos que o seu parceiro sexual não tem qualquer doença? É esse, finalmente (pelo menos assim interpreto), o fundamento da Igreja para esta questão. O ser humano deve ver o sexo como consequência de uma relação de amor. Se não o conseguir fazer, então que use o preservativo, mas que não peça (exija!?) a benção da Igreja para o efeito. Para tal já tem a benção do sr. Fernando Nobre da AMI e de outros que tais, se isso lhes servir de consolo. E os defensores do preservativo pensarão mesmo (com honestidade intelectual) que é possível levar o preservativo (e, não esquecer, nas quantidades necessárias) aonde não é possível fazer chegar comida, água, remédios...? E pensarão, como o sr. Fernando Nobre da AMI, que um violador vai ter o cuidado de usar um preservativo antes do acto de violação (sinceramente nem percebo o que queria com isto dizer mas afirmou-o hoje no "forum" da RTPN)? Estranho, este mundo em que vivemos! Por mim, que não sou um católico praticante (como perceberão os mais entendidos na matéria, pelo que escrevo e como escrevo), e que tento apenas, na maior parte das vezes sem o conseguir, ser digno dos ensinamentos de Jesus Cristo, digo, Viva o Papa! Última nota (perdoem-me mas este tema causa-me mesmo estupefacção): e o que dizer dos ateus, agnósticos, críticos da Igreja em geral, quando estes dizem, "se Jesus Cristo viesse hoje à terra..."?

quarta-feira, 18 de março de 2009

Ignóbil traidor! (nota: estou mais calmo)

Filho da puta! Filho de uma cadela sarnenta!

Partido Socialista à la Sócrates ou um imenso Masoch Club

Ainda se ao invés de um qualquer Sócrates tivessem uma Ursula Andress! Eis porque ninguém lhe tira a máscara!

terça-feira, 17 de março de 2009

Intervalo por falta de sinal

Regime presidencialista já!

Para a concretização de um Novo Paradigma político é o primeiro passo que temos de dar. Urgentemente! O que se exige é a assumpção de responsabilidades por parte do Supremo Magistrado da Nação (não deste mas já do próximo). Chega de presidentes "corta-fitas", que pouco ou nada fazem, que ninguém houve nem respeita, que em última análise só servem de mau exemplo para todos os concidadãos. São exemplo de fraqueza, exemplo de ineficácia, exemplo de inacção, exemplo de cobardia (muitas vezes escondida no pretexto do "dever de estado"). Recorrente a sua "ausência" no primeiro mandato em busca da reeleição. Uma vez reeleitos procuram o lugar na história (pequena) por via de um ou outro discurso mais inflamado. Um referendo para o efeito deve começar a ser sugerido, ventilado, mediatizado (!). Mais, deve começar a ser exigido. Aos que me perguntarem pelo rei, desde já respondo, cada coisa a seu tempo. Agora, o tempo é o de que alguém pegue no país antes que o que sobra chegue a um ponto em que nada mais possa ser feito. Receio estarmos perto desse momento. O futuro está há muito hipotecado. Vejam-se as recentes notícias sobre o valor das pensões a que os nossos jovens e menos jovens (não) terão direito. Já vendemos os anéis! Estaremos dispostos a vender os dedos!? A palavra de ordem deve ser apenas uma: "referendo por um regime presidencialista já"!

Intervalo para publicidade

segunda-feira, 16 de março de 2009

Novo Paradigma - Organização política central do Estado e o Território

1 - Revisão da Constituição
1.1 - eliminação do teor socialista vigente
1.2 - adopção de princípios que vão ao encontro da tetralogia de valores "Deus, Pátria, Família, Prosperidade"
1.3 - adopção de um regime presidencialista
1.3.1 - duração do mandato do Presidente da República: 10 anos (não renovável ou, eventualmente, passível de uma única renovação)
1.3.2 - modelo de eleição do Presidente da República: sufrágio universal directo (homens e mulheres com idade igual ou superior a 25 anos. Outros critérios a aprofundar, como escolaridade mínima, cadastro criminal, aspectos relacionados com a nacionalidade, etc)
1.3.3 - o Presidente, uma vez eleito, jura a Constituição. De seguida, nomeia um primeiro-ministro e com este forma a restante equipa de governação (ministros), de entre os cidadãos que, pertencendo à sociedade civil, considere mais capazes para a assumpção de tais responsabilidades
1.4 - eliminação dos Partidos Políticos
1.5 - criação de dois únicos movimentos de cidadãos (nome a definir), os quais comporão o hemicíclo do Parlamento, e que terão por função a discussão, defesa e oposição, à governação presidencial
1.5.1 - Os dois movimentos de cidadãos enquadrar-se-ão, e estarão organizados, de acordo com duas linhas gerais, e distintas, de opinião, nomeadamente, "Conservadores" e "Progressistas" (numa dicotomia representativa da expressão social para temáticas de índole fracturante)
1.5.2 - modelo de eleição dos representantes desses movimentos de cidadãos: eleição directa, de âmbito local/regional. Cada região (a definir) do país elege directamente os seus representantes, permitindo uma proximidade real entre eleitores e eleitos.
1.5.3 - O veto às propostas presidenciais obriga a 3/4 dos votos dos representantes parlamentares
1.5.4 - duração do mandato dos representantes parlamentares: 5 anos (renovável uma vez)
1.6 - Assumpção do objectivo de reintegração, no âmbito da nação portuguesa, dos territórios ultramarinos alienados no golpe de estado comunista de 1974
1.6.1 - Prioridade aos territórios da Guiné, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor. Numa segunda fase, Cabinda. Numa terceira fase, Angola e Moçambique
1.7 - Revisões da Constituição mediante proposta presidencial, sendo necessário para o efeito o voto favorável de 3/4 dos representantes parlamentares.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Por um Novo Paradigma, desafio-me e desafio os visitantes!

Porque, de facto, chega de conversa, vamos a agir! Senão por actos (para já), por ideias. Que, sendo concretas, possam alterar o estado das "coisas". Assim, proponho a todos quantos tenham efectivamente interesse em alterar o rumo deste nosso, ainda maravilhoso (o meu sentido patriótico leva-me a acreditar), Portugal, que indiquem alternativas, ideias, soluções. Que contribuam para o delinear de um Novo Paradigma. Será um pequeno contributo de dois ou três, estou certo, mas será um contributo. Aqui, na caixa de comentários, ou nos seus próprios blogues (dentro do possível reunirei todas as ideias que apanhar). Ao título desse post, em que concentrarei todas as ideias que consiga reunir, e que publicarei já de seguida com uma primeira ideia minha (não que necessariamente original, pois não é de "inventores" que precisamos mas sim de que Portugal se reinvente), chamarei Novo Paradigma. As ideias serão avulsas, podendo ser mais ou menos aprofundadas, e não têm que estar necessariamente relacionadas (muitas serão, eventualmente, contrárias entre si). Uma espécie de brainstorming (perdoem-me o estrangeirismo). Se daqui surgir algo que se "veja", pensaremos então de que forma as integrar. Por Portugal. Afinal, não é por Portugal que aqui andamos!? Se para alguns parecer pretencioso ou inútil, pergunto, o que temos mais a perder que não tenhamos perdido já?

Por onde anda?

O Euro-Ultramarino foi dos que primeiro me apoiou nesta aventura blogosférica. Regularmente visito-o. Mas desde há algum tempo que não publica nada de novo. Por onde anda? Alguém sabe?

quinta-feira, 12 de março de 2009

Sheiks carecas!

Como descobrir um no meio de uma multidão? Eles não facilitam! Alguns estão a pensar: não me importava de ter esta lá no harém!

4 anos de socialismo!

Sejamos justos. Não são 4 anos. São 35 anos de esquerdismo medíocre. Enquanto o povo segue cabisbaixo, sem esperança e vendo os seus filhos definhar, alguns gordos besuntosos seguem cantando e rindo, apregoando a liberdade que só a eles é permitido gozar. Diria ainda o outro, venham mais 5?

quarta-feira, 11 de março de 2009

Relembrar a Lição de Salazar - 1938

Para assinalar os dez anos de governo de Salazar, foi editada, em 1938, uma série de sete cartazes intitulada “A Lição de Salazar”, distribuída por todas as escolas primárias do país. Estes cartazes fizeram parte de uma estratégia de transmissão de valores por parte do Estado Novo, destinando-se a glorificar a obra feita até então, desde o campo económico-financeiro às obras públicas. Para acentuar a importância do Estado Novo enquanto garante da ordem e progresso do país, os cartazes fazem uma comparação sistemática entre a obra do regime salazarista e a 1.ª República: à desorganização económica e financeira e ao alheamento do Estado democrático e liberal republicano face aos problemas do país, sucede a organização financeira, a melhoria das vias de comunicação, a construção de portos, o ordenamento e progresso social promovidos pelo Estado Novo. Os cartazes acentuam esta ideia a partir de uma imagem cinzenta e triste da época da 1.ª República, enquanto que o “depois” da obra salazarista nos aparece colorido, organizado, moderno. Um dos grandes problemas enfrentados pela 1ª República foi a desorganização financeira, que se traduziu num permanente défice das contas públicas que, por sua vez, foi acompanhado por uma inflação elevada, subida generalizada dos preços e diminuição das salários reais, o que acarretou uma grande subida do custo de vida. Foi, aliás, motivado por esse défice constante, o convite endereçado a Salazar pelo governo de então, para que este ocupasse a pasta das Finanças. A sua política financeira, controlando com extremo rigor todos os gastos dos vários Ministérios, aumentando os impostos e cortando nas despesas públicas, permitiu equilibrar as contas públicas, valendo-lhe o epíteto de “Salvador da Pátria” e esteve na base do convite que lhe foi endereçado em 1932 para que chefiasse o Governo. A obra do Estado Novo foi então glorificada nesses cartazes, salientando sempre a acção de Salazar no sentido de desenvolver o país, ao mesmo tempo que o pacificava em termos sociais. O corporativismo foi a forma de organização económica e social encontrada para ultrapassar os problemas gerados pelo capitalismo liberal e uma forma de ultrapassar a luta de classes, ideia central da ideologia marxista. Ao Estado liberal, abstencionista em matéria económica e laboral sucedeu um Estado intervencionista na economia, aceitando o capitalismo, mas reconhecendo a função social da propriedade, do capital e do trabalho, obrigando os indivíduos a viverem num clima de harmonia social e deixando para o Estado o papel de regulador da vida económica e social. O corporativismo promoveu, assim, a harmonia social, aspecto em que se opunha ao clima de confrontação social da 1.ª República, permitindo uma nova ordem, a justiça social e o progresso de todas as camadas da população. Um país respeitado, com um Estado forte, com uma economia saudável e uma sociedade harmoniosamente organizada foram os objectivos de Salazar. O último cartaz da série, “Deus, Pátria, Família: a Trilogia da Educação Nacional” é uma esplêndida síntese da pedagogia e moral de Salazar. É o mundo perfeito, sem violência, sem vícios, sem protestos, perfeitamente ordenado, traduzindo uma ordem económica, política e social que o Estado Novo considerava perfeitas. A escola foi, assim, palco privilegiado para a transmissão dos valores defendidos pelo Estado Novo.

Abomino!

Snobismo, soberba, petulância.

terça-feira, 10 de março de 2009

Juventude orgulhosa!

E hoje, de que se podem os nossos jovens orgulhar!?
P.S. - Nuvens sombrias sempre as houve e haverá. A diferença está na postura e na atitude com que as encaramos.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Direita e Capitalismo II

N'O Reaccionário, continuação do excelente texto, não fosse o autor quem é (não o revelo, pois ao Reaccionário se deve o mérito de o trazer a lume), para esclarecimento das diferenças entre Direita e Capitalismo, e de como estes devem interagir. De extrema oportunidade, neste momento histórico em que a Esquerda, responsável pelo estado a que este Estado chegou, tenta atirar para a Direita responsabilidades que só ela tem. Afinal, quem tem (des)governado Portugal nestes últimos 35 anos? Alguém minimamente honesto do ponto-de-vista intelectual poderá dizer que foi a Direita? E muito menos terá sido a Direita dos Valores. Essa, cessou funções em 25 de Abril de 1974! Interrogo-me, o que terá sido pior, o esvaziamento interior ou a amputação dos membros a que nos sujeitaram? Por um e por outro resta-nos pagar o preço. Estamos a pagá-lo. Receio que ainda agora estejamos no início daquele que será um longo martírio. Primeiro texto, do mesmo autor, e sobre o mesmo tema, também via O Reaccionário, aqui.

Acabei hoje!

A 6.ª parte do meu exercício de memória. Em que recordo a viagem que fiz à Califórnia. Tinha parado na chegada a Las Vegas (Nevada). Hoje concluí essa recordação.

domingo, 8 de março de 2009

5.ª frase da página 161

Substituo pela penúltima frase do último texto que li. Pode ser Cristina?
"A semana será difícil, contarei todas as horas e todos os infinitos segundos, o tempo não passa, mas a esperança sim."
Obrigado Daniel!

Paulo Correia, de marinheiro motorista da marinha de guerra portuguesa a vice-presidente da Guiné, mandado, finalmente, fuzilar, por "Nino" Vieira.

Publiquei eu há uns dias atrás um post, "Contava-me hoje a minha mãe...", em que fiz alusão a um criado que os meus pais haviam tido no período em que estiveram na Guiné (no início dos anos 60). Aí referi que esse criado, por quem os meus pais tinham especial estima, havia sido morto, como muitos outros guineenses ex-combatentes, por "Nino" Vieira, logo após a saída dos portugueses da Guiné. Num post posterior, "Sobre "Nino" Vieira uma rectificação devida.", corrigi, uma vez que o responsável pelas tais mortes terá sido Luis Cabral, primeiro presidente da Guiné, e não "Nino" Vieira, que só tomou o poder na Guiné, pela força, em 1980. Isto tudo despoletou uma série de conversas com os meus pais que levaram à seguinte descoberta pela minha parte. O tal criado, sempre foi morto pelo "Nino" Vieira, só que não logo após a saída dos portugueses da Guiné, pelo que expliquei atrás, mas em 1986. E outra descoberta, esta mais impressionante. O tal criado, afinal não o era. Era sim um marinheiro da marinha de guerra portuguesa, de nome Paulo Correia, que exercia a função de motorista, e estava, nesse âmbito, ao serviço dos meus pais. E mais impressionante ainda, pela coincidência, esse malogrado Paulo Correia, viria a ser vice-presidente da Guiné. Tendo feito todo um percursso ascendente no PAIGC, e no governo da Guiné (desempenhou vários cargos ministeriais), só interrompido (definitivamente) com o fuzilamento de que foi alvo. A mando de "Nino" Vieira. No seguimento de um julgamento militar, em 1986, em que foi acusado de conspirar um golpe de estado. A minha mãe conta-me que numa ocasião em que foi com este valoroso Paulo Correia à "Granja", local onde iam abastecer-se regularmente de "frescos", lhe terá pedido que parasse numa tabanca (aldeia) à beira da estrada. O Paulo Correia terá então dito à minha mãe algo como, é melhor não parar, que as coisas estão muito instáveis e pode ser perigoso para a senhora... A minha mãe, que não tinha consciência absoluta do que estava já a passar-se, diz que chegou a casa e foi queixar-se amigavelmente ao meu pai dizendo-lhe, o Paulo não quis parar onde lhe mandei, anda com medo não sei de quê! Pouco depois, não sei se dias se meses, o marinheiro Paulo Correia desertou, não voltando a ser visto. Certamente ingressou definitivamente nas suas actividades de guerrilheiro independentista. Demonstrou, no entanto, sempre, grande dedicação, amizade e carinho pelos meus pais e irmãos, enquanto esteve ao seu serviço. Aqui testemunho interessante da mulher de Paulo Correia. E aqui uma outra interessante menção histórica a Paulo Correia, de onde retirei a fotografia.

sábado, 7 de março de 2009

Pedro Amodóvar não se lembraria de melhor enredo!

Uma criança de nove anos é violada. O violador é o padrasto. O resultado da violação são dois gémeos. Aborta. Surge um bispo da igreja de Olinda, aonde quer que isso seja. Excomunga todos, a criança, a mãe da criança e o médico que faz o aborto. Cá fora os flashs dos fotógrafos cegam tudo e todos. O violador, aos olhos do bispo, segue contente, enquanto num plano de corte vemos duas freiras a injectar heroína. Plano seguinte: nos jardins interiores do convento está um tigre adulto, impaciente, preso por uma corrente de ferro.

Direita e Capitalismo.

Um texto de teor extremamente oportuno n'O Reaccionário. Para desmistificar (se preciso for) a confusão que alguns tentam fazer entre os Valores da Direita e o Capitalismo.

Hoje faz anos. Parabéns!

Hoje faz anos um particular amigo, por sinal grande bloguista. Aliás, o responsável por também eu aqui andar. Parabéns João. Que contes muitos. É um favor que nos fazes. Pessoas como tu, já vai havendo poucas. Essa reflexão, faço-a por vezes. Que será de Portugal quando as gerações que sabem o que foi Portugal se forem? Não que estejas perto disso, que como eu ainda estás pelos quarenta (43 mais exactamente). Mas se nós já somos testemunhas vivas do glorioso passado, mais pela palavra que nos foi transmitida do que verdadeiramente pela experiência vivida, afinal, era-mos crianças quando a desgraça se deu. Sim, refiro-me ao famigerado 25 de Abril, data maldita... Dizia, o que será quando as gerações futuras estiverem totalmente nas mãos dos traidores, sem ligação ao passado? Que não haja a mínima dúvida, tudo é feito para esconder a Glória deste que um dia foi o "verdadeiro e grande" Portugal. Fará a História um dia justiça? Pode ser. Mas para isso, João, contributos como o teu são decisivos. Um abraço sentido.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Troca de correspondência.

Esta troca de mails relata-nos com emoção, a (sua) verdade, sentida de perto, sobre o que hoje se passa na Guiné. Os contornos da morte de "Nino" Vieira, à catanada, e da morte, horas antes, do General Tagmé Na Waié, o seu CEMFA. Este terá dito anteriormente às suas tropas - "se ele ("Nino") me matar de manhã, matem-no à noite". A Guiné, na relatividade do tempo, ontem Portugal.

Sobre "Nino" Vieira uma rectificação devida.

Um post do Nuno Castelo-Branco, no Estado Sentido, faz referência à responsabilidade sobre as matanças efectuadas na Guiné logo após a saída dos portugueses. Os testemunhos a que faz menção identificam claramente o responsável como sendo o presidente Luis Cabral e não "Nino" Vieira (que só mais tarde seria presidente da Guiné). Aprofundei o assunto, em parte através de uma leitura às fontes indicadas pelo Nuno, e concluí de sua razão. Assim, é devida esta reparação face ao post que anteriormente publiquei (Contava-me hoje a minha mãe...). Abaixo um pequeno excerto de um dos vários testemunhos sobre o assunto.

quinta-feira, 5 de março de 2009

The very best!

Se há coisa que detesto é a facilidade com que hoje se designa qualquer trivialidade como sendo a "melhor do mundo". Seja no universo do futebol (onde o fenómeno é recorrente), seja sobre outra coisa qualquer. E irrita-me, sobretudo, porque se está mesmo a ver que amanhã, esse valor absoluto, esse "melhor do mundo", já não o será, para dar lugar a outro, ao qual, por qualquer motivo, dará mais jeito atribuir tal designação. Isto para dizer, arriscando poder parecer contraditório, que a série Jerry Seinfeld é, para mim, de facto, senão a melhor, aquela que por muito tempo mais me divertiu e bem disposto deixou (com paralelo apenas nos Trapalhões, série brasileira com a qual muito me ri, por volta dos 10 anos de idade). Ainda hoje, quando faço zapping e passo por um canal que esteja a repor algum episódio do Jerry Seinfeld, é inevitável, paro e fico até ao fim. O sketch acima, Switch, é um desses momentos. A não perder, tenham ou não visto já, digo eu (reduziria apenas o volume das gargalhadas em fundo).

quarta-feira, 4 de março de 2009

Contava-me hoje a minha mãe...

... (esta junção do título ao texto, aprendi-a com a Cristina, a quem saúdo), a propósito da morte do Nino Vieira e do tempo que os meus pais passaram na Guiné, nos anos 60, duas ou três coisas que aqui registo. A primeira, foi que este Nino, agora morto (disse-me ela "quem com ferro mata com ferro morre"), dizia eu, que este Nino Vieira (digo agora eu, paz à sua alma), terá, logo após a saída dos portugueses da Guiné, mandado matar, entre muitos outros, um dos criados dos meus pais, por quem eles tinham especial estima. E, recordando-se desse período, contou-me que na Guiné, por aquelas alturas, o canibalismo existia ainda, não nos centros mais urbanos, onde a influência portuguesa era maior, mas em zonas mais afastadas. E lembrou-se também dos Balantas, tribo que, segundo ela, era conhecida pelos seus jovens mais ariscos. Esses jovens "pilha-galinhas" praticavam pequenos roubos junto das outras tribos. Até seria engraçado não fosse o facto de, quando apanhados, muitas vezes serem...mortos. Depois, dava-se outra práctica, um pouco estranha para os nossos hábitos. Cortavam-lhes as cabeças. E a esses crânios era dada uma utilização algo sui geniris. Serviam de cabaças para comer arroz e outros alimentos. Conta-me a minha mãe. Sabemos que às vezes quem conta um conto acrescenta um ponto. Outras não!

Sinto-me...

terça-feira, 3 de março de 2009

Exercício de memória (de interesse e gozo pessoal, não percam tempo a ler) - 6.ª Parte

Viagem aos EUA, Los Angeles, Califórnia - 1994. Tinha quase (!) 28 anos. Estava meio perdido. Por nada de especial mas por tudo um pouco. Entre outras coisas, sentia a "adolescência" (bem tardia) a escapar-se-me, com tudo o que isso implicava... Entretanto, o meu insuficiente inglês fez-me pensar que seria útil fazer um curso intensivo algures. Ainda para mais porque a agência de publicidade para onde agora iria era uma multinacional inglesa que previlegiava bastante o domínio do inglês. Um curso intensivo num país em que o inglês fosse a língua materna asseguraria melhores resultados. Aprofundei a possibilidade. Visitei uma entidade promotora de cursos de inglês nos EUA. Foi aí que conheci o Bruno. Também ele procurava o mesmo. A única diferença é que ele não sabia se ia para ficar. Decidimos viajar juntos. Decidimos também e em conjunto a escola para onde iríamos (o ELS em Santa Mónica, Los Angeles). O curso teria a duração de um mês, mais exactamente quatro semanas. A Saatchi não levantou qualquer problema em esperar esse mês e mais alguns dias pelo meu regresso. Para eles, o curso de inglês, pago por mim, era um valor acrescentado. E assim partimos, nos finais de Janeiro de 1994, prontos a iniciar o curso que decorreria durante o mês de Fevereiro. Não sem antes fazermos um jantar de despedida com amigos do Bruno e alguns dos meus amigos, no restaurante em que na altura o meu irmão mais velho tinha uma quota, e em que a minha mãe era "gerente". Na Rua de São Caetano à Lapa (tinha um bom bife na pedra). Partimos extasiados (pela experiência que anteviamos e também pela pastilha que tomámos no avião). Recordo-me de ter achado graça, não sei se pelo "êxtase", à rota feita pelo avião. A rota Polar. Permitiu-me ir, durante algum tempo, a observar pela janela os mares gelados da Gronelândia, com o aparecimento sucessivo e cada vez em maior quantidade, de pequenas manchas brancas, que percebi serem icebergs. Chegámos finalmente a LA. Fomos de boleia (com alguém amigo de um familiar meu ou do Bruno que agora não consigo precisar bem) até ao hotel em que ficámos nos primeiros dias, já em Santa Mónica (depois alugámos um pequeno apartamento no bairro de Hollywood, perto do Chinese Theatre). LA não é propriamente uma cidade muito apelativa à vista. A sua arquitectura de betão, excluindo os arranha-céus do centro da cidade, é de facto pouco atraente. Lembro-me dessa primeira impressão. Lembro-me também de sair logo na primeira noite em que chegámos. O Bruno, três ou quatro anos mais novo do que eu, era de uma energia inesgotável. E eu ia a reboque. Para dizer a verdade, pouco contrariado. Talvez, apenas, por vezes, mais cansado. Um acontecimento importante que moldou toda a nossa estadia em LA foi o tremor de terra (um Big One com 6,7º na escala de Richter) que se tinha dado em Los Angeles, poucos dias antes da nossa chegada. Esse earthquake deixou marcas. Mais de 20 mortos e vários edifícios e viadutos destruídos total ou parcialmente. Para nós foi mais uma excitação. Sobretudo, quando começámos a sentir as réplicas, que não sendo o próprio tremor-de-terra original, já davam, e bem, para sentir uma sensação de pânico como nunca antes (ou depois) senti. É algo que se sente nas entranhas (alerta para morte eminente?). Sentimos várias réplicas do tal Big One que foram abrandando com o passar do tempo. Seja como for, evitei sempre, por exemplo, parar debaixo de viadutos quando em fila nas auto-estradas, e outras coisas semelhantes. Na escola onde fizemos o curso intensivo de inglês, o ELS, fizemos vários exercícios de simulação à ocorrência de tremores-de-terra. Comportamentos a ter, saídas ordenadas, locais a evitar (elevadores, claro), locais a procurar (ombreiras das portas), etc...E saímos também, duas ou três vezes, das respectivas instalações, não por mero exercício de simulação mas, de facto, na sequência das ditas réplicas. E quanto ao pânico que senti, observei com curiosidade o facto deles, americanos (na verdade a escola tinha gente de todo o mundo, mas aqui o elemento de referência eram mesmo os americanos), sentirem o mesmo pânico que eu sentia (embora desse para perceber que o tentavam controlar da melhor maneira que podiam). Afinal, nunca se sabe, quando um tremor-de-terra começa, se esse vai ser apenas um pequeno sismo ou se vai ser O Big One dos Big Ones (que pode acontecer a qualquer momento...). Outro aspecto, embora menor, de que me recordo, é a importância que o Super Bowl tem para os americanos. Na final do campeonato de futebol americano pára (quase) tudo. Quase, afinal trata-se dos EUA, onde as pessoas têm (tinham?) vergonha de dizer que estavam de férias ou que gozavam mais de quinze dias de férias por ano (estes americanos são loucos diria Astérix, verdadeiro europeu, embora duma tribo menos alinhada). Durante quatro semanas estivemos e passeámo-nos pela "Grande" Los Angeles. Conhecemos a "noite" de LA, e tudo o resto, tanto quanto nos foi possível. Dos arranha-céus de Downtown, a Santa Mónica, passando por Hollywood, Beverly Hills, Rodeo Drive, Melrose e Bel Air. Marina del Rey, Venice Beach, Malibú (onde tinham já ocorrido grandes incêndios que custaram as casas de muitos "famosos"; e onde o Bruno ia surfar, enquanto eu ficava a ver, das falésias sobre a praia, juntamente com outros locais, rodando entre nós joints, uns atrás dos outros). Aproveitámos os fins-de-semana para conhecer o inevitável Universal Studios e, um pouco mais afastadas de Los Angeles, a Magic Mountain (roller coasters para gente de barba rija) e as montanhas com neve de San Bernardino. Findo o curso (que de facto melhorou o meu inglês, e bastante), propuz-me ficar mais cerca de duas semanas para conhecer um pouco mais daquela região dos EUA. E foi assim que, não com o Bruno que ele não quis ir (já não me recordo porquê), mas com outro colega que conheci no ELS (um italiano de quem, é imperdoável, não me recordo o nome), fui, de carro, passar alguns dias a Las Vegas. Fomos num Kia (não me lembro exactamente mas era uma marca coreana, embora numa versão adaptada aos gostos/posses americanas, com 2.000 cm3 de cilindrada ou algo parecido e mudanças automáticas) que eu e o Bruno tinhamos alugado alguns dias depois de chegarmos a Los Angeles. O percurso entre LA e Las Vegas só por si já valia a viagem. 300 milhas, cerca de 4 horas de viagem, a atravessar o deserto de Mojave. Uma paisagem digna de qualquer filme de cowboys. Chegada a Las Vegas. Muitos neons, mas muitos mesmo. Imponentes hotéis casino abertos 24 horas por dia. A arquitectura desses hotéis casino, e de outras construções, a remeter para grandes ícones universais como a Grande Pirâmide do Egipto, o castelo de Excalibur ou a Torre Eiffel. À frente do hotel casino Mirage, um vulcão entra em erupção, expelindo lava. No Treasure Island, o espectáculo, que se repete de x em x minutos, é uma batalha naval com navios pirata. De encher o olho. Entretanto, alheios a tudo isto, jogadores vindos de todo o mundo ocupam as slot machines, as diversas mesas de jogo ou a inevitável roleta. Fait vous jeux... é o que se ouve (na verdade não me recordo se este francesismo era o termo utilizado mas é o que agora me ocorre). A frequência destas salas de jogo é de uma "democracia" bem à americana. De pessoas em calças de ganga e t'shirt até casais de smoking e vestido de noite, vê-se de tudo um pouco. As bebidas são oferecidas. Basta levantar um dedo e de imediato uma bonita rapariga (ou rapaz) aproxima-se para que façamos o pedido. Minutos depois estamos a beber o que quizer-mos. Claro, embriaguei-me e entornei (acho que uma garrafa de cerveja) em cima do pano da roleta (é verdade!). Recordo-me de não terem sido agressivos comigo (também a mim, beber, não me dá para qualquer agressividade, antes pelo contrário). Remediaram o acidente e o jogo prosseguiu. Apenas tive que ter mais cuidado. Um segundo erro e seria posto fora do casino. Visitámos um rancho de cowboys (recriação para turistas). Afinal estávamos no Nevada. Por sinal, único, ou um dos únicos estados norte-americanos em que a prostituição é legal, proliferando os bordeis. Não recorremos à prestação de tão específico serviço. Penso que por pensarmos em conseguir algo mais natural, e que não nos fosse à carteira. Não aconteceu. Não se sendo jogador compulsivo, ao fim de dois ou três dias Las Vegas perde, não digo o seu encanto, mas, talvez, a razão da visita efectuada. Faltava-nos, no entanto, uma coisa. Aproveitar a proximidade e visitar o Grand Canyon, já no Arizona, cujo vale foi formado pelo rio Colorado, ao longo de milhares de anos. A visita ao Grand Canyon foi feita num pequeno avião bimotor para não mais de dez passageiros. Vistas aéreas fantásticas. Aterrámos nas proximidades, numa pista de terra, e passámos uma tarde a contemplar tão magnífica paisagem. Cenário grandioso. Grandes e vertiginosas vertentes rochosas. A aridez da terra, o pó, os cactos, alguns pássaros num vôo planado, tudo murmura num silêncio avassalador. Só interrompido pelo eco provocado, amiúde, pelo homem. É isso que o Grand Canyon permite e provoca, Contemplação. Quem o pretenda, pode visitar, percorrendo alguns quilómetros de camioneta, a partir da pista de aterragem, uma comunidade de índios Hualapai. Não o fizemos (na altura pareceu-nos demasiado "turístico"... na verdade afastámo-nos dos restantes companheiros de viagem e perdemos a camioneta!.., hoje acredito que assim tenha sido melhor, pelo tipo de ligação que nos permitiu usufruir com o local). Ficámo-nos pela contemplação. Voltámos a Los Angeles. Fiquei então em casa de umas amigas indonésias (nessa altura o diferendo entre Portugal e a Indonésia, provocado por Timor, estava no auge), que tinham estado também no curso do ELS. Referências a Timor, houve algumas. Mas em tom de confraternização. Nunca provocando qualquer tipo de discussão. Em Los Angeles recordo-me ainda de um episódio. Uma noite em que ia sózinho de carro (não sei de onde vinha nem para onde ia; frase estranha esta), passei um sinal vermelho, num cruzamento em que virei à direita (em LA é habitual os sinais de trânsito estarem depois dos cruzamentos o que, mediante sinalização própria para esse efeito, permite virar à direita, mesmo quando o sinal está vermelho). Não era este o caso. Devia ter parado. Quando dou por mim tenho um carro da polícia, K9 Patrol, a fazer-me sinais para encostar na berma. Em termos, digamos, de polícia para potencial criminoso. Parei de imediato, cheio de medo, a tremer (o que me vai agora acontecer, pensei). Vi um polícia chegar-se ao vidro do carro com a mão junto ao coldre da arma . O colega ficou, estratégicamente, a 3/4, na traseira do carro, com uma shotgun na mão, de forma a que eu não o conseguisse ver claramente. Apenas o presenti. O K9 nunca saiu do carro. Gaguejei um...I'm not a criminal, I'm not a criminal. I'm an english student in ELS, St. Mónica. Tentei convencer o polícia de que teria passado o sinal pensando estar num daqueles casos em que seria permitido avançar apesar do sinal vermelho. Mera desculpa. Sabia bem o que tinha feito. O polícia, apercebendo-se do meu pânico, acalmou-me, dizendo que apenas me iria multar. Lembro-me de me dizer (o que não será habitual) que, inclusivamente, caso saisse do país no espaço de x dias (seria um mês ou coisa assim), nem deveria chegar a pagar a multa. De facto, vinha-me embora poucos dias depois pelo que não paguei a tal multa. Ficou o susto. Voltei para Portugal. O Bruno ficou em Los Angeles. Nunca mais o vi! Excepto uma vez em Lisboa, não há muito tempo, em que me cruzei com alguém que me fez lembrar o Bruno. Olhei para trás, ele seguiu. Passados tantos anos... é impossível ter a certeza. Também eu ponderei ficar em Los Angeles. Mas o cenário que tinha pela frente, trabalhar numa pizzaria ou algo do género e ser imigrante nos EUA sem qualquer certeza de conseguir o green card, embora me tivesse chegado a tentar, não me fez ficar. Preferi voltar. Para Portugal, para a minha família, para a Xana, para a Saatchi. Nunca saberei o que teria sido o rumo da minha vida caso tivesse ficado. Mas não é isso mesmo a vida? Tomada de decisões, uma após outra, sem nunca podermos saber o que seria se...Marca indelével desta viagem, trago impressa na pele uma tatuagem de um lobo (loba diz a Xana) que por muito que a minha memória se apague, a mesma sempre me lembrará o período em que mais solitário me senti (até à data) na vida. Qual lonesome cowboy em terras de índios!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Acordei!

Acordei sem saber onde estava. A última coisa de que me lembro é de ter perguntado o caminho para Braga (o quadro de Courbet despertou-me uma necessidade incontrolável de para aí me dirigir; faz-me lembrar aquela atracção inexplicável que o personagem interpretado por Richard Dreyfuss sentia no filme Contactos Imediatos do Terceiro Grau). E o mais estranho é esta tatuagem nas costas que, iria jurar, não tinha antes de sair de casa!