segunda-feira, 15 de junho de 2009

Carta dirigida a um amigo, a propósito do movimento Nacionalista!

Caro amigo,

Passei pelo Camões, de forma discreta, para sentir o ambiente. Poucos, sobretudo skinheads, embora não só, os suficientes, porém, para agitarem o Chiado à sua passagem. Depois, peguei no carro e fui até aos Restauradores, a tempo de os ver chegar e de ouvir parte do discurso do José Pinto-Coelho.
Como disse no comentário que referiste, se a mensagem começar a ser mais política e menos "histórico-bélica", sobretudo menos bélica, acredito, claramente, que o Nacionalismo tem muito espaço de crescimento em Portugal.
Mas, como disse também, a mensagem tem que ser dirigida ao Povo. Os 20% de votos que a extrema-esquerda teve não expressa mais do que isso mesmo (as pessoas, se preciso for, não têm problemas em "radicalizar" a sua posição, caso vejam nessa posição o espelho da sua causa, das suas aspirações e das suas dificuldades, que hoje são tantas).
Depois, foram, de facto, 20%, mas de apenas 37% (os que votaram). 6 portugueses em cada 10 não votaram. Entre esses, muitos serão fiéis a Portugal, aos portugueses e à sua História. E o que é o Nacionalismo senão isso mesmo?
Agora, Nacionalismo é uma coisa, fascismo ou radicalizações eugénicas de pendor Nazi são outra (afinal, para mim, é mais português um preto que combateu por Portugal e pela bandeira portuguesa, e que, se preciso foi, pela Pátria morreu, do que um branco desertor que entregou o Império aos comunistas e aos interesses americanos).
Eu, caso me fosse pedida a opinião, apostaria num Nacionalismo vincadamente de Direita (um nacional-socialismo "moderno", começando por propor um regime Presidencialista que oportunamente propuzesse eleições presidenciais mais espaçadas no tempo; embora pudesse promover eleições de tipo local, e mesmo referendos, mais regulares, em contraponto). E, claramente, de inspiração Cristã (NT).
A esquerda radical tem-se apropriados de conceitos que podem e devem (por direito) ser conceitos de combate político por parte dos Nacionalistas (sabemos que quando isso acontecer lhes chamarão demagógicos e populistas, e que terão igualmente de combater os interesses capitalistas, que tudo sugam, deixando ao Povo e, portanto, à Pátria, apenas as migalhas que não conseguem digerir. Mas que interessa se a razão estiver, como está, do seu lado?).
O Nacionalismo deverá, assim, dirigir-se às questões políticas que interessam às pessoas comuns (segurança, emprego, imigração, saúde, educação, justiça, cultura, etc..., no fundo, os pilares em que assenta a organização do Estado), tendo como moldura e por inspiração, a grandiosa História de Portugal (de que a esquerda tanto se envergonha e, mesmo, renega).
E, finalmente, mas decisivo, deverá ter, como factor de sustentação ético-moral, a Orientação Maior e Inquestionável, não de um qualquer escritor ou poeta mais inspirado e de escrita fácil, mas sim de Deus Pai, Todo Poderoso, que enviou à Humanidade, por via do seu filho Jesus Cristo, os ensinamentos que, "simplesmente", temos que seguir, e que nos permitem ter Esperança numa Vida plena de Realização.
Ensinamentos como Verdade, Justiça e Exigência, mas também Amor e Perdão.
A Deus o que é de Deus e a César o que é de César. Sendo essa uma verdade que O próprio Jesus Cristo nos ensinou, arriscaria humildemente dizer também que o que é de César não pode contrariar o que é de Deus.
Saiba o PNR (ou outro qualquer Partido desse espectro político) construir a partir de tudo isto uma "receita" que resulte numa mensagem política coerente e credível, e o crescimento é inevitável.
Finalmente, dizer-te que o crescimento do Bloco não me preocupa nem um pouco. Como sabes bem, a sua base eleitoral não passa, por um lado, de uns quantos miúdos que acham graça a um Partido que lhes dá o amen ao facilitismo, às bebedeiras, aos charros e ao divertimento até à exaustão, sem qualquer responsabilidade. Estes, mal crescem um pouco, percebem que a vida não são só bebedeiras e charros, e apontam baterias noutra direcção. Por outro, de uns quantos esquerdistas do champanhe e caviar (pretensos intelectuais ou, por alguma circunstância, formadores de opinião), que gostam é de bons carros, restaurantes e viagens, e que, na iminência de uma real vitória bloquista em eleições, com tudo o que isso implicaria em seu prejuízo material, depressa arrepiariam caminho. É um Partido da moda e, como todas as modas, efémero.
Já no caso do PCP, a história é outra. Mas esses vivem hoje apenas da pirâmide demográfica invertida que temos em Portugal. Não admira que defendam o aborto como defendem. Sempre contribui para que tenham uma expressão percentual de votos que de outra forma dificilmente conseguiriam.

Um abraço,

Sem comentários:

Enviar um comentário